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Durante os dias 18 e 19 de novembro, ocorreu no Parque de Exposições de Salvador o festival Afropunk Bahia, junto a efervescência da agenda do novembro negro na cidade, e o momento político de afirmação atravessado por todo país. O evento reúne na moda e na música a expressão das potencialidades negras e traz consigo reflexões sobre o futuro, amparado pela força da ancestralidade.
O festival é uma celebração da cultura preta e contou com momentos de destaque onde o R&B foi celebrado, no primeiro dia com a apresentação de Luccas Carlos, que apresentou faixas consagradas, trazendo também um cartão de seu mais novo projeto “Dois”, sendo muito bem recebido pelo público, que foi a loucura com a participação do baiano "O Poeta" com quem tem um feat que mistura trap, R&B e pagodão.
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Grande destaque para a apresentação da Estadunidense Victoria Monet, que apresentou um novo show, e após 7 indicações ao Grammy vive talvez o melhor momento de sua carreira, com o hit “On My Mama” em alta nas paradas de sucesso. A cantora entregou uma performance cheia de energia e entrega ao público brasileiro, trazendo referências musicais e estéticas à nossa cultura.
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No dia seguinte, não há como não destacar as apresentações de Karen Francis que trouxe em suas melodias grande parte da essência da sonoridade que acreditamos. O Olodum trouxe a consistência e força, que fez o público que nunca teve contato com o trabalho entender o porque o grupo segue sendo uma das maiores referências no mundo. AJULIACOSTA trouxe um show impecável que coloca ela na lista dos principais nomes a despontar no urbano para os próximos anos.
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Vale destacar a majestade Alcione, acompanhada de um outro aspecto percussivo, a Mangueira, que assim como o OLODUM é uma face representativa muito forte do Brasil, após seu show VANDAL, um dos precursores do grimme, drill e trap no Brasil, fez talvez um dos melhores shows de sua carreira, mostrando maturidade musical e controle total do público.
Retornando ao R&B, tivemos um show também impecável de IZA, que mostra um novo momento de sua carreira mais maduro e se posiciona cada vez mais como uma referência de artista pop/r&b para todas as demais artistas internacionais, o que se provou na participação da cantora Leigh-Anne em seu show, cantando o hit “Meu Talismã” em português. O show contou com muitas referências a cultura pop internacional e nacional, nuances e camadas exploradas. Iza é uma das maiores artistas da América Latina no presente momento.
Kayblack e Caveirinha trouxeram muita sinergia, não só pelo fato de serem irmãos, mas por conseguirem contar sua história ao público e vê-la reverberar de forma intensa na paixão dos fãs. Resistência e vitória em meio a adversidade são o tema de diversas de suas canções e foi o que pudemos captar de forma brilhante.
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O festival foi encerrado pelo BaianaSystem, grupo que vem se consolidando também como uma experiência sonora baiana e brasileira, movimentando (e muito) o público, com destaque para a participação de Noite Dia, trazendo a energia e a essência do Kuduro Angolano.
O afropunk é afirmação de identidade, vida e cultura, numa sociedade que muitas vezes só admite uma narrativa sobre os corpos pretos, podemos adquirir artística e simbolicamente a manifestação dos lugares que podemos, ocupamos, e almejamos .Shows de IZA, Victoria Monet , Karen Francis e Luccas Carlos são destaque e ressaltam o bom momento do gênero no cenário nacional.
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Nassor de Oliveira Ramos é cientista político, articulador cultural e criador da @rnbbrazil.
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