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Com o lançamento de seu álbum "MARE", o cantor e compositor Natt traz à tona uma obra intimista que navega por diversas emoções e sentimentos humanos. Inspirado por elementos naturais e metáforas poderosas, o álbum fornece uma jornada sonora e emocional única. Conversamos com o artista sobre suas influências, processo criativo e colaborações, enquanto ele nos leva através das ondas de sua música e visão artística.
O mar como metáfora central
Quando perguntado sobre o uso do mar como uma metáfora para sentimentos humanos, Natt explica que a escolha não foi aleatória. "A gente tenta tornar palpável algumas coisas para melhorar nossa compreensão, como o sentimento, a religião, até mesmo a fé", reflete o artista. Ele vê o mar como uma representação de várias sensações e estados emocionais, que podem variar ao longo do álbum. "É uma experiência de sensações, desde a primeira faixa até a última. Eu faço essas analogias dos sentimentos com os mares da vida", afirma. Esse conceito de ondas e marés simboliza a intensidade e a fluidez dos sentimentos humanos, oferecendo uma nova perspectiva sobre como lidamos com as emoções.
A capa do álbum: uma forte inspiração visual
A capa do álbum tem uma influência visual de Djimon Hounsou, com direção de Fabrizio Ferri, criando uma imagem poderosa que complementa a sonoridade de "MARE". "Vi uma foto dele e achei muito interessante a sensação que ela transmite", compartilha Natt. A imagem é provocante, com a água quase cobrindo o corpo do ator, criando uma dualidade: enquanto alguns podem sentir a pressão e sufocamento, outros podem experimentar um alívio refrescante. Essa ambiguidade visual reflete a busca por equilíbrio e compreensão dos próprios sentimentos, sendo uma extensão visual do conceito do álbum.
Colaborações no álbum: novas essências e surpresas
"MARE" apresenta cinco colaborações vocais de artistas como Gabriela Tevier, Donadella, Tiago Mac, Cory, Donfather, e outros. Para Natt, o processo de escolha desses parceiros foi baseado em admiração mútua e na estética da música. "Eu pensava, essa pessoa aqui vai trazer a ideia perfeita para essa faixa", diz ele. Embora tenha uma visão clara do que gostaria que cada colaborador trouxesse, ele confessa que todas as colaborações foram surpreendentes. "Eles trouxeram uma essência diferente da minha, o que eu acho fundamental para o crescimento artístico", revela.
Cinema e inspiração visual
Embora Natt tenha uma grande paixão pelo cinema, ele menciona que, para "MARE", não houve uma inspiração cinematográfica direta. "O próximo álbum, sim, quero trazer mais essa fusão entre minha música e o cinema", planeja. Apesar disso, o álbum contém elementos que refletem sua afinidade com o mundo das imagens, seja na forma de clipes ou na narrativa musical. Natt já vislumbra o futuro, com planos de integrar de forma mais explícita essas duas dimensões em sua música.
A faixa "Talvez" como ponto de partida
"Talvez" foi a faixa que deu início ao álbum e desempenhou um papel crucial na construção da narrativa de "MARE". Natt explica que, ao compor essa música, começou a explorar uma história de sentimentos e reflexões. "Foi a partir dela que comecei a criar a conexão entre as músicas e os sentimentos que queria expressar no álbum", afirma. A produção da faixa contou com a colaboração do produtor Zion Lab e se tornou um marco importante, tanto pela sonoridade quanto pela narrativa visual que a acompanhou.
O desafio de selecionar as faixas
O processo de seleção das dez faixas finais foi desafiador para Natt, que gravou cerca de 30 músicas durante o período de produção. "Eu sou um pouco chato, porque fico ouvindo as músicas repetidamente e tentando moldá-las", explica. Para ele, a música precisa fazer sentido não só para ele, mas também para o público. O perfeccionismo foi uma parte essencial do processo, e Natt estava determinado a criar um álbum que fosse coeso e impactante. Cada faixa foi analisada profundamente até que ele estivesse certo de que transmitia a emoção desejada.
A produção musical: um trabalho meticuloso
A produção de "MARE" foi uma colaboração próxima entre Natt e o produtor 7', que esteve envolvido na mixagem e masterização da maioria das faixas. Natt destaca que a música "Astral" foi uma das mais desafiadoras. "Eu pedi a guitarra de um parceiro meu, que estava na Bahia, e ela fez toda a diferença na música", relembra. Essa dedicação ao processo e atenção aos detalhes resultaram em um álbum polido e repleto de nuances sonoras.
Influências sonoras e identidade musical
O álbum reflete uma ampla gama de influências sonoras, com Natt buscando explorar diferentes tipos de sentimentos ao longo das faixas. "Cada música fala sobre um tipo específico de sensação ou relação, seja consigo mesmo, com outra pessoa ou com o mundo", explica. O artista revela que seus gostos musicais vão de encontro com as sonoridades do trap, R&B e outras vertentes, e que sempre busca trazer algo novo, tanto para ele quanto para seu público.
O futuro de Natt: novos projetos a caminho
Com o sucesso de "MARE", Natt já está de olho no futuro. "Estou produzindo um EP agora com um parceiro da Geórgia, e quero trazer uma pegada mais voltada para o trap", revela. Além disso, ele já planeja um novo álbum para 2025, que promete ser uma continuação de uma nova fase em sua carreira, com um personagem diferente e mais narrativas a serem exploradas. "É o começo de um personagem novo, algo que quero trabalhar bastante", diz ele, deixando os fãs ansiosos para o que está por vir.
Entrevista na íntegra:
MARE" utiliza o mar como metáfora central para os sentimentos humanos. Quais experiências pessoais ou reflexões inspiraram você a usar essa analogia como tema principal do álbum?
- Então, respondendo a primeira pergunta, mano. Quais experiências pessoais ou inspirações, reflexões, inspiraram a usar a analogia como tema principal? Tipo assim, a gente como ser humano, eu estava pensando no tudo, né? O ser humano por completo, a população, a gente tenta tornar palpável algumas coisas para melhorar nossa compreensão, como sentimento, como a religião, a gente humaniza a religião para a gente tornar palpável ali a fé que a gente tem, embora às vezes não tenha, né? Uma personificação e isso se enquadra no sentimento. Como ali no álbum, ao bordo, várias sensações diferentes, desde a primeira faixa até a última, é uma experiência de sensações, né? De sentimentos. Eu faço essas analogias do sentimento, é, do, do, dos mares da sua, …
A capa do álbum tem uma forte influência visual, inspirada em Djimon Hounsou e dirigida por Fabrizio Ferri. Como foi o processo criativo de traduzir essa inspiração para um conceito que dialogasse com sua música? - o Digimon, não sei pronunciar o nome dele, Digimon Rolson, né, parece meio francês, enfim, é um ator assim de grande porte, lá no estampo dele, assim, conheci alguns filmes e nem acompanhei pelo Instagram, até que eu vi essa foto e eu achei muito interessante a sensação que ela traz de diferentes formas, como eu falei que tem essa ligação com o sentimento, por exemplo, uma pessoa que possivelmente está se sentindo sufocada e for ver a capa, vai trazer essa sensação de sufoco porque a água está bem no limite, tá ligado? Para quem se sente, sente um alívio com a água ou para alguém que está com uma sensação, vamos dizer assim, abafada, ele vê e sente aquela refrescância, aquele alívio, porque a água limpa…
3. Com cinco colaborações vocais no álbum, como foi o processo de escolha dos artistas participantes? Essas colaborações trouxeram algo inesperado para as faixas?
- eu tive duas motivações, admiração, e eu fui vendo a estética da música, eu pensava, eu acho que essa pessoa aqui ia trazer a ideia perfeita da parada, tá entendendo? E assim, mesmo que a gente tenha uma ideia do que a pessoa vai fazer, do que ela vai criar, a gente nunca sabe exatamente como vai ficar, então todos os feats me surpreendem todos os feats me surpreenderam de uma forma e aumentaram ainda mais a minha admiração por esses artistas, cabriela tevier, donadela, tiago mac, don father, que foi uma conexão muito maneira lá de fora, que eu gostei muito de ter feito essa conexão, então eles trouxeram uma outra essência diferente da minha, acho que é bom frisar nessa parada, tá ligado? Eles trouxeram uma essência diferente …
4. O cinema foi uma grande influência para a concepção visual do álbum. Existem filmes ou diretores específicos que serviram como referência direta durante esse processo?
- o álbum traz um monte de referência, eu gosto muito de cinema. Então, ela traz muita referência de diversos filmes que eu já assisti, narrativas que eu já prestei atenção bastante, mas nada de algo específico nesse álbum. O próximo eu quero trazer um pouquinho mais de cinema e trazer esses dois lados meus, o lado musical e esse lado do cinema um pouco mais aflorado. Porém, nesse álbum eu consegui fazer algo um pouquinho mais, um pouquinho, trazer um pouquinho dessa essência, entendeu? Por ser um álbum independente a gente fica um pouquinho limitado de criações e tal, mas o próximo eu pretendo organizar algo interessante pra isso.
5. A faixa "Talvez" foi o ponto de partida para a construção do álbum. O que torna essa música especial para você e como ela guiou a narrativa de MARE?
- essa música talvez foi o ponto de partida do álbum, tá ligado? Eu comecei ela e eu pensei, pô, maneiro, e se? Aí eu comecei a criar um pouco dessa narrativa. Como era uma música que já tava bem encaminhada, eu consegui fazer umas conexões boas, tanto ali no beat, que é do Zion Lab, que é um mano lá de outro estado. Se eu não me engano, ele é até de outra... De outra, como é que é o nome? Tipo, zona sul não, é região sul, né? Ele é tipo de outra região do Brasil, entendeu? Aí eu consegui fazer essa conexão, entendeu? Eu tive um vaguinho ali pra produzir o clipe junto comigo, que é um mano que trabalha comigo, diretor. Então ali eu pensei, pô, interessante se eu trazer essa narrativa de sentimento ali.
6. Você mencionou que cerca de 30 faixas foram gravadas e apenas dez entraram na tracklist final. Como foi o desafio de selecionar essas músicas e o que fez cada uma se destacar?
- foram bastante músicas gravadas, eu posso ser um pouco chato, mano. Não é nem... É perfeccionismo, mas eu sou chato assim, porque uma hora depois de ouvir muita música eu fico enjoado, entendeu? Então às vezes eu fui recriando, fui moldando as músicas e acho que eu moldei e achei que fez sentido. Eu segui, entendeu? Algumas, muitas fizeram bastante sentido, mas eu não senti o impacto que deveria passar ao público. Eu sempre que terminava uma versão do álbum, o álbum teve várias versões. Sempre que eu terminava uma versão do álbum eu ficava ouvindo ela por inteiro durante algumas semanas, alguns dias, e aí eu chegava numa conclusão, e aí se fosse necessário eu refazia.
A produção musical é um ponto alto em MARE. Como foi a experiência de trabalhar com 7' e Natt na mixagem e masterização do álbum? Alguma música teve um processo de produção mais desafiador?
- trabalho com 7 desde o início de tudo, infelizmente nesse não teve o feat dele, mas ele pegou a mix, a master da maioria das músicas, se não todas tiveram ali um, pelo menos um toque dele ali. A música mais trabalhosa do álbum, acho que pelo que a gente passou ali foi a Astral e talvez com a Gabriela. A Astral eu pedi a guitarra de um parceiro meu que tá morando lá na Bahia agora, lá numa ilha, sei lá, o maluco tá vivendo a vida e aí ele mandou a guitarra pra mim e falou aí mano, pode jogar aí, pô, fez total diferença mano, queria muito essa guitarra. E ali a gente teve um processo de mixar com bastante carinho, mas foram as músicas mais trabalhosas pra fazer a mix e segundo as vozes, ornarem da guitarra, orna…
8. Que mensagem ou sensações você espera que o público leve consigo ao ouvir MARE do começo ao fim? Como você deseja que o álbum impacte a cena musical atual?
- como eu falei que o álbum tenta abordar vários tipos de sentimentos e sensações diferentes ao longo da música, ao longo do álbum, eu quero que as pessoas achem aquilo que, aquele pensamento que está na cabeça delas. Por exemplo, a primeira astral fala sobre um problema consigo mesmo, tá ligado? Sensitive a um problema com uma terceira pessoa, tá ligado? Fire já fala sobre um sentimento sobre outra pessoa, tá ligado? Que oscila da primeira versão para a segunda versão, né? Para o segundo beat dentro da música. E assim por diante, madrugada, talvez, entendeu? E as outras músicas assim. Então, geralmente eu ouço os álbuns por inteiro assim, da primeira a última.
9. Quais são os próximos pasos projetados para a carreira?
- eu tô arquitetando um álbum, um álbum não, tô arquitetando um EP agora, 'produzindo um EP com um mano lá da Georgia, que fez a conexão com outro mano que participou do álbum, né, na faixa 4, madrugada, e ali eu tô fazendo um EP bem, numa pegada também, do trap mesmo nessa, como eu gosto de conversar com vários gêneros diferentes, nessa eu tô vindo com uma pegada mais do trap, e logo após, no ano de 2025 mesmo, quero vir com o álbum, que eu ainda não vou falar o nome, mas é, vamos dizer assim, uma continuação de um personagem diferente, entendeu? É o começo de um personagem diferente, acho interessante pensar isso, mas até agora são esses dois projetos que eu tô montando.
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Nassor Oliveira é cientista político, articulador cultural e criador da @rnbbrazil
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